Saturday, April 02, 2005

 

Ausência de ti, Presença de Ti

Morte de João Paulo II

Ausência de ti,
Presença de Ti.

Tão simplesmente como uma folha que se desprende da Árvore,
tranquilamente como o afago de um Amor,
tomaste as asas que Ele te deu
como certeza, caminho e esperança.

Hoje, tão como disseram que disseste,
Deus apareceu a quem o perseguiu a vida toda.

Ausência de ti,
Presença de Ti.

 

AUSÊNCIA TUA

Cheirei-te
na minha cama toda a noite
à espera do que não sei.


Serás tu sem mim,
Ou eu contigo
bem dentro ?

Seremos o que os outros não veem
Até ao dia em que nos devolveremos um ao outro.


escrito por ti e para ti
numa madrugada deste ano

 

DIA 1 DE ABRIL-DIA DAS MENTIRAS

Ontem foi o dia das mentiras...Curiosamente não será muito diferente do resto dos outros dias do ano.Olho à minha volta e vejo, oiço e sinto tudo menos verdade(s).
Vivemos num tempo de mentira, numa atmosfera entre as pessoas onde vale tudo. Não é só um faz de conta sem maldade, é mesmo um vale tudo!
Não é como no mundo da Alice no País das Maravilhas onde era tudo "faz de conta" e onde valia tudo e tudo poderia ser real por ser um a fingir de maravilha.
Mas no nosso mundo, no nosso tempo, nesta nossa vida de agora não é assim.
O nosso agora é vivermos no tempo do vale tudo.
E isso confunde muito. Confunde-me muito.Baralha-me e não traz tranquilidade e crédito(não o bancário) na vida, nos outros, no mundo, nas relações entre as pessoas, na rua, no metro, nas lojas, nos empregos, nos cafés, à entrada e saída dos elevadores, nas escadas que subo para ir para casa...A mentira já não é considerada mentira como até há uns anos.
Afinal, coisas que achávamos mentiras confrontam-se com o estatuto de verdadeiro, pois os impossíveis - antigamente mentiras se alguém as contasse - tornaram-se verdade nos dias de hoje e de agora.
E não me refiro só às "maravilhas tecnológicas" mas aos usos e costumes.
A mentira perdeu o peso que tinha, a força ética e moral que a sustentava e banalizou-se. Ao ponto de não conseguirmos, muitas vezes, distingui-la da verdade e de nem sequer conseguirmos apurar até que ponto é efectivamente mentira.A ficção tornou-se realidade, ao ponto de acreditarmos que tudo é possível.Um robot que lê o jornal e limpa a casa.Um telemóvel que detecta quem usa Diu's, um comando electrónico ligado a câmeras fotográficas para espiar quem e o que está a acontecer em casa, eu sei lá!
Assim, a mentira anda de braço dado com a verdade. Nunca sabemos se isto, aquilo ou a outra coisa passaram a existir e a ser possível e, assim, a ser verdade.
E viver assim custa. Esta é mais uma das razões pelas quais custa mais viver agora do que antigamente. Não é só esta. Mas é uma.
E é também uma das razões pelas quais é muito mais difícil educar os miúdos, principalmente os adolescentes. Temos que vestir a pele do Coelho da Alice mas, ao mesmo tempo mantermo-nos do lado de cá do Espelho.

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